ATB - Aliança Transformers Brasil

O Filamento Primordial

Autora: ROSANA RABADJI ("ROSANAZUL")


Dedicatória: Para Jackeline, que me inspirou “a dar um salto” nessa história, David Bowie e Coldplay, meus ídolos e fontes de inspiração, e a todos da ATB.


Parte 5

Terminada a batalha, Prowl e os outros vieram até mim. Eu ainda estava estirada no chão, com o corpo dolorido.

—[ Líder Optimus, esta é Rosieth, uma humana que me ajudou enquanto estava em dificuldades.

—[ Saudações Rosieth – cumprimentou o líder —[ Vejo que você agora precisa de ajuda. Por favor não se mexa. Deixe que Wheeljack, o nosso cientista, faça algumas sondagens em sua estrutura para certificar que você não tem maiores danos. Ele não machucará você, tem minha palavra.

Wheeljack, o robô com os “painéis luminosos” usou alguns dispositivos passando sobre meu corpo. Depois falou com um ar até bem humorado para um robô:

—[ Bem, não sou um grande perito no assunto humano, mas creio que você já pode se levantar tranqüila!

— Obrigada! - respondi, me levantando e observando o grupo – O que foi afinal aquela luz branca?

—[ É um difusor de energia específico, algo que inventei, para desnortear os inimigos, interrompendo seus sensores óticos e direcionais. Não se preocupe, a radiação é inofensiva até mesmo para os humanos.

Optimus Prime então se abaixou para conversar comigo:

—[ Bem, seus danos físicos serão melhor tratados assim que voltar para sua civilização. Lamentamos pelo incidente ocorrido. Durante o tempo que ficou com Prowl, encontramos e resgatamos alguns humanos perdidos de seu acampamento. Levamos eles até uma área segura, próxima a uma via expressa, onde eles resolveram se agrupar e contatar suas autoridades responsáveis. Levaremos você até lá agora.


Já era final de tarde quando chegamos à margem de uma estrada estadual. Pude então ver um grupo de pessoas ao longe.

—[ Lá estão eles. Espero que sua recuperação seja bem sucedida - disse o líder Optimus Prime.

Prowl apenas acenou a cabeça em afirmação.

Mas ao se virarem para ir embora, algo me impulsionou a chamá-los. Algo que falava dentro da minha mente “Vamos lá, fale agora!”

—Prowl! Optimus Prime! Esperem!

Os dois viraram-se e retornaram:

—[ O que foi? – perguntou Optimus.

— Bem... –eu tentava achar as palavras certas.

—[ Sim?- perguntou Optimus novamente.

— Eu sei que tudo que aconteceu aqui na floresta e nas duas cidades foi terrível, tanto para nós humanos quanto para vocês. Sei que muitas pessoas nunca mais vão confiar em vocês e que a guerra contra os Decepticons ainda poderá causar mais ódio e medo entre os humanos. E mais dificuldades para vocês aqui na Terra. Mas Prowl me contou que você ainda tem esperanças e que ainda podemos estabelecer uma amizade...

—[ Compreendo o que você quer dizer – interrompeu Optimus Prime —[ Gostaria de compartilhar esse ideal com outros humanos, mas acho que para isso seria necessário muita confiança e no momento seu povo não está preparado para tal integração. Seria perigoso demais, espero que entenda isso. Desculpe. Agora é melhor partirmos.

— Espere, mas eu queria... eu gostaria... há uma chance de... Eles simplesmente estavam indo embora, sem êxitar. Então gritei furiosa:

— Eu sempre sonhei com isso e confiei em você líder Autobot! Confiei também no Prowl! Não ignore minhas esperanças agora!

Mas tudo que vi foram os dois se transformando e sumindo na estrada.


O pôr do sol estava lindo, irradiando um brilho dourado em todo o asfalto e na paisagem. Mas eu estava decepcionada. Do outro lado da estrada vi as pessoas acendendo tochas e faróis de carros comuns, esperando pelo resgate.

Coloquei minha mochila nas costas e comecei a andar em direção a elas. Um carro passou por mim. Era uma ambulância, que chegou até lá e começou a atender as pessoas. Depois outra.

Ouvi outro barulho de pneus próximos a mim. E após uma leve brecada, ouvi o som de peças se encaixando. Parei e pensei: “ Será que...”

—[ Rosieth.

— Prowl !!! – exclamei.

Ele se abaixou e junto à margem da estrada, ficou entre as árvores.

—[ Optimus Prime me pediu para dar um recado. Ele decidiu confiar em você, mas você deverá guardar segredo absoluto de nossas informações e de tudo que aconteceu na caverna.

-— Sim, sim! – respondi – Dou minha palavra de honra.

Então de um compartimento retrátil em seu braço, ele pegou um minúsculo cubo prateado e depositou em minhas mãos.

—[ Isso é apenas um receptor – explicou – ao apertá-lo você só poderá enviar mensagens de voz para nós. Só isso. Use somente em emergências ou com muita responsabilidade. E para que não seja enganada, esse símbolo distingue nós Autobots dos Decepticons.

Então Prowl mostrou seu símbolo, um tipo de brasão, gravado no seu corpo. Era um detalhe que eu não tinha notado até então. E o cubo também possuía um igual.

— Agradeça ao Optimus por mim e muito obrigada a você também Prowl! – respondi contente.

—[ Sim. Agora devo ir.

E se transformando em carro, ele foi embora.

Cheguei finalmente ao grupo. Muitas pessoas do acampamento já não estavam mais entre nós...

Senti então uma mão no meu ombro. Era Jackeline!

— Rosieth! Que bom que você está bem!

— O mesmo digo de você! Não conseguimos nos encontrar lá no morro, mas ainda bem que estamos aqui, sãs e salvas. – respondi abraçando-a.

Ficamos um tempo conversando. Quando ela me perguntou onde passei todo esse tempo, me lembrei da promessa que fiz ao Prowl, e omiti alguns detalhes da caverna e do combate final. Era necessário.

Porém, o brado histérico de um rapaz interrompeu nossa conversa:

— Isso não vai ficar assim! A gente tem que unir nossas forças para acabar com esses robôs! Eles têm que ser destruídos!

— É isso aí, ele tem razão! – outro aluno concordou.

Algumas pessoas concordaram. Mas a maioria preferiu ficar em silêncio, alimentado a dúvida de suas opiniões.

— É... As pessoas nunca irão ver esses robôs com bons olhos – disse Jackeline.

— Agora não – respondi – Mas com o tempo e um pouco de sorte, talvez possamos reverter essa situação e conviver em paz com eles.

— Como ainda pode dizer isso, depois de tudo que aconteceu? – ela me questionou – O que faz você pensar que ainda podemos ser amigos daqueles robôs?

— A esperança Jackeline, somente a esperança...

Fim