ATB - Aliança Transformers Brasil

A Pequena Estrela

Autora: ALESSANDRA "SPARKIE"


Este fanfic foi criado como se fosse um episódio de Beast Wars. O episódio fictício relatado aqui acontece um pouco após a chegada de Tigertron (antes do aparecimento de Viúva-Negra). Certas passagens do fanfic também se referem a episódios anteriores da série.


Parte 2

O campo de flores estava deserto agora, exceto por um único coelho branco assustado que permanecia escondido em uma das camas floridas. O estranho objeto que ele e sua família tinham visto caindo do céu agora repousava não muito longe do pequeno animal. Quando o objeto caiu, o mundo parecia prestes a acabar, tamanho foi o barulho que se ouviu quando aquela coisa comprida e acinzentada colidiu com o campo de flores.

Cada vez mais curioso, o coelho aproximou-se muito lentamente do objeto, farejando o ar levemente poluído pela fumaça que não parava de sair dele. Chegou bem perto, o suficiente para encostar o focinho rosado na superfície do estranho “casulo”. Mas o objeto estava muito quente, quase queimando as narinas do pobre animal, que se afastou rapidamente e começou a esfregar o focinho dolorido.

De repente, uma voz rouca e assustadora saiu do objeto, quase matando o coelho de susto:

“Rastreando forma de vida compatível...”

Imediatamente depois, uma coisa comprida saiu de cima do “casulo”. Dele partiu uma luz esverdeada, que se estendeu por toda a área ao redor do objeto e cobriu o corpo do coelho com um brilho muito forte. Ofuscado e mais assustado do que nunca, o pobre bichinho disparou numa corrida alucinada rumo à toca de sua família, onde sabia que estaria protegido daquele monstro enorme que soltava raios de luz e queimava qualquer um que chegasse muito perto...

Mal o coelho se afastou, a luz cessou e a misteriosa voz voltou a falar:

“Forma de vida compatível encontrada. Iniciando transformação da protoforma...”

..................................................................


Tigertron corria velozmente em sua forma animal, pensando apenas na pobre protoforma que estava prestes a cair no planeta, totalmente indefesa. Lembrou-se do dia em que ele próprio havia chegado em uma câmara de inércia, de como ele estava confuso e nem sequer sabia a qual lado ele pertencia: aos Maximals ou aos Predacons. Agora, a mesma coisa estava prestes a acontecer com um de seus companheiros, e Tigertron não queria de forma alguma que aquela protoforma passasse pelo que ele havia passado.

“Que a Matriz não permita que os Predacons encontrem aquela protoforma antes de nós...”, pensava ele consigo mesmo.

O setor Gama estava muito próximo agora. Após ter desligado o comunicador, Tigertron havia seguido o raio de luz vermelho que a câmara de inércia deixava no céu por um longo trecho, até vê-lo desaparecer no horizonte. A protoforma já deveria ter caído. Quando percebeu isso , o tigre branco tratou de acelerar a corrida, pois sabia que os Predacons não tardariam a chegar. Eles sempre sabiam quando um novo Maximal chegava ao planeta... Terrorsauro e Waspnator patrulhavam os céus diariamente. Já os Maximals só podiam contar com Optimus, o único deles que era capaz de voar.

Finalmente, Tigertron chegou ao setor Gama. A visão inicial que ele teve daquela área fez com que ele se esquecesse de sua missão por alguns segundos. O lugar era simplesmente o mais maravilhoso que ele já tinha visto até aquele momento: um enorme campo de flores, ensolarado e totalmente colorido, com pequenos trechos de grama muito verde e brilhante. O céu estava muito sereno, de um azul claro e sem nenhuma nuvem, e o ar estava entrecortado de borboletas amarelas, azuis e vermelhas. A paz daquele lugar trouxe a Tigertron um sentimento de nostalgia, que ele não sabia explicar, e por alguns breves instantes permaneceu parado, observando aquela belíssima paisagem.

- Pela Matriz... – sussurrou ele, absolutamente encantado. E foi tudo o que conseguiu dizer.

Mas um elemento presente no cenário trouxe Tigertron de volta à realidade: um objeto longo e metálico, de um cinza escuro, que com certeza não fazia parte daquele mundo perfeito, repousava a poucos metros de distância do Maximal. O tigre saiu de seu êxtase, e com muito pesar lembrou-se da razão pela qual ele estava ali.

- A câmara!... Não posso acreditar... Meu amigo teve muita sorte por ter nascido em um lugar tão maravilhoso como este... Tigertron, maximizar!

Tigertron assumiu sua forma robô, e aproximou-se com cuidado da câmara. Ele seria o primeiro a dar as boas-vindas ao recém-chegado, e tinha que tomar muito cuidado para não assustá-lo. Sabia que ele estaria muito confuso e assustado, e enquanto pensava no que diria a ele, olhava atentamente ao seu redor. Não havia nenhum sinal dos Predacons por perto, e ele estava profundamente agradecido por isso, mas mesmo assim Tigertron permanecia em alerta .

O Maximal não reparou, mas um pequeno animal estava escondido a poucos metros dele, observando-o com um par de olhos vermelhos e aguçados. Em uma das diversas camas de flores, uma cabeça pequena ergueu-se cautelosamente. Seu corpo permanecia escondido, e ele não parecia disposto a sair de seu esconderijo sem antes analisar bem o desconhecido. Suas longas orelhas brancas estavam erguidas, prontas para ouvir o menor ruído produzido ao seu redor.

......................................................................


- Terrorsauro para Tarântulus! Terrorsauro para Tarântulus! – o pterodáctilo sobrevoava as áreas próximas ao setor Gama enquanto tentava se comunicar com o comparsa.

- Aqui é Tarântulus... Encontrou a câmara?

- Ainda não, estou entrando no setor Gama agora! Mas onde diabos você está?!

- Não interessa onde eu estou, trate de chegar até a câmara o mais rápido possível! Estarei logo atrás de você!

- Logo atrás de mim, você diz?? O que houve, aranha maluca? Não era você quem tanto queria se apossar da protoforma?? Qual o motivo do atraso?

- Você tem toda razão, Terrorsauro! Talvez eu devesse fazer igual a você e usar as minhas poderosíssimas asas para voar até o setor Gama! Ora, pare de resmungar e vá logo! Quanto mais cedo chegarmos lá, melhor! Tarântulus desligando!

- Estou prestes a deixar de receber ordens de Megatron, mas prestes a receber ordens de Tarântulus... Não estou muito certo da eficiência desse plano... – e resmungando consigo mesmo, Terrorsauro voou rapidamente em direção ao setor Gama, que já estava à vista.

......................................................................


Tigertron tocou levemente na superfície da câmara, e notou que ela já estava morna. Já fazia algum tempo que a protoforma havia caído – no mínimo, uma hora. Talvez fosse por isso que ele havia encontrado a câmara vazia...

- Acho que meu novo amigo já encontrou uma forma de vida animal... – disse ele, com uma certa apreensão na voz. – Só espero que ele ainda esteja perto daqui. Sozinho e sem nenhum tipo de orientação, ele será uma presa fácil não só para os Predacons, mas também para qualquer tipo de perigo neste planeta.

Não havia muito o que fazer, então Tigertron ligou o seu comunicador e entrou em contato com Optimus.

- Tigertron chamando Optimus! Está me ouvindo?

“Alto e claro!”, foi a resposta do líder Maximal. “Encontrou a câmara?”

- Positivo! Mas ela está vazia... A protoforma já deve ter encontrado uma forma de vida compatível. Ela já despertou, mas não sei onde ela possa estar.

“Procure, Tigertron! Ela não pode estar muito longe. Não se afaste do setor Gama! Procure o máximo que puder, Rattrap e Cheetor já devem estar chegando! Eu, Rhinox e Dinobot vamos patrulhar a área ao redor!”

- Entendido. Tigertron desligando!

Assim que desligou o comunicador, o tigre branco assumiu sua forma animal. O pequeno animal escondido entre as flores se assustou ao ver que aquele ser alto havia se transformado em uma outra criatura, completamente diferente da sua forma original. Intrigado, ele olhou para as suas próprias patas dianteiras, provavelmente imaginando se ele também seria capaz de fazer aquilo...

Um barulho estranho cortou o ar subitamente, como se uma nova câmara de inércia estivesse caindo. Intrigado, Tigertron olhou para cima, bem a tempo de ver uma forma bastante familiar aproximando-se dele...

- Terrorsauro, aterrorizar!!! – num piscar de olhos, Terrorsauro assumiu a sua forma robô e puxou sua arma, abrindo fogo contra Tigertron.

Foi tudo tão rápido que o tigre mal teve tempo de se desviar dos tiros. Não havia outra alternativa a não ser lutar. Tigertron correu para trás da câmara de inércia vazia e decidiu também assumir sua forma robô.

- Tigertron, maximizar! – o tigre branco transformou-se novamente no ser alto, fazendo com que o bichinho escondido ficasse ainda mais admirado. Como aqueles desconhecidos conseguiam fazer aquilo?!

- Não deixarei nenhum Predacon colocar as mãos nessa protoforma! – gritou Tigertron, atirando furiosamente em Terrorsauro. O pterodáctilo, porém, conseguia se esquivar dos tiros com extrema rapidez.

O pequeno animal escondido na cama de flores não sabia o que estava acontecendo, nem o que ele devia fazer. Ele via dois seres estranhos, que conseguiam mudar de forma, atirando um contra o outro. Um deles estava escondido atrás da câmara de inércia, tomando muito cuidado para não ser atingido por um tiro. O outro estava voando, desviando-se dos tiros com uma facilidade imensa, enquanto gargalhava de um jeito muito desagradável. O animal olhava de um lado para o outro, sem saber o que fazer.

De repente, um tiro certeiro atingiu a arma que Tigertron segurava, derrubando-a no chão e deixando o Maximal indefeso. Uma risada alta e insana ecoou no ar, enquanto Tarântulus, já em sua forma robô, se aproximava de Tigertron, sua arma apontada diretamente para a cabeça do tigre branco.

- Ora, ora, eu esperava encontrar um Maximal, mas vejo que encontrei dois! – exclamou a aranha. – Será melhor assim, destruirei dois inimigos em um único dia!

- Sua aranha nojenta...! – disse Tigertron, furioso. – De onde você surgiu? Veio diretamente do inferno?!

- Eu cheguei aqui muito antes de você, meu caro... Encontrei a câmara de inércia vazia e decidi procurar pela protoforma. Se eu não conseguisse reprogramá-la, então eu a destruiria. Mas, enquanto eu a procurava, você apareceu, e decidi ficar para destruir você também.

- Tarântulus! – exclamou Terrorsauro, planando no ar. – Quando você chegou aqui?! Sobrevoei a área toda e não vi você chegar!

- Eu usei um dos meus vários atalhos subterrâneos, verme! Eu levaria horas para chegar até aqui pelos meios convencionais, e é claro que eu odiaria chegar aqui depois de você!

- Ah, então finalmente a aranha traiçoeira se revelou! – Terrorsauro ficou furioso. - Queria chegar aqui primeiro para se apossar da protoforma sozinho! Lembre-me de nunca mais confiar novamente em você, Tarântulus!

- Pare de ficar aí reclamando e trate de procurar a protoforma! Eu ficarei aqui e me divertirei com este Maximal...

- Vocês não vão conseguir o que querem, Predacons - disse Tigertron, enquanto Terrorsauro voava para longe. – Os outros Maximals já estão vindo para cá, e mesmo que você acabe comigo, Tarântulus, meus companheiros recuperarão a protoforma muito antes de você!

- Isso é o que nós veremos, seu fraco... Mas, infelizmente, para você... – e Tarântulus preparou-se para dar o tiro fatal em Tigertron.

Mas aconteceu algo que ninguém esperava. No exato momento em que o projétil de energia saiu da arma de Tarântulus, uma forma branca e pequena deu um salto incrível, saindo de dentro de uma cama de flores e se colocando entre os dois robôs.

-NÃO!!!!!!!!!!! – exclamou a criatura, ao mesmo tempo em que o tiro atingia o seu corpo frágil.

O pequeno animal caiu com estrondo no chão. Espantados, Tigertron e Tarântulus permaneceram imóveis por alguns milésimos de segundos, antes que um soar de passos chegassem aos ouvidos de ambos. No instante seguinte, Cheetor e Rattrap chegavam ao campo de flores, ambos em suas formas animais.

- Cheetor, maximizar! – exclamou Cheetor, sacando sua arma logo após a transformação em robô.

- Rattrap, maximizar! – exclamou Rattrap, fazendo o mesmo.

Tigertron não fez nada para ajudar os amigos, pois estava ajoelhado ao lado da figura que o havia protegido do tiro de Tarântulus. Era uma pequena coelha branca, que jazia imóvel no meio das flores. Lentamente, ela abriu os olhos vermelhos e olhou para Tigertron. Parecia muito fraca e ferida.

- Por quê...? – perguntou Tigertron, cheio de compaixão pela criaturinha machucada. – Por que ficou no meio do tiro...?

- Eu... teria feito a mesma coisa por... aquele que atirou em você... – sussurrou a pequena, com dificuldade. - ...se eu não tivesse ouvido...ele dizer... que ia me destruir...

E perdeu a consciência.

Tarântulus logo viu que a luta seria desvantajosa para ele, já que agora Cheetor e Rattrap tinham chegado. O jeito era recuar.

- Malditos Maximals... Um dia ainda hei de vencer! Terrorsauro, recuar! – e assumindo sua forma animal, a aranha fugiu, esgueirando-se pelas camas de flores. Terrorsauro já não estava mais à vista. Muito provavelmente já havia fugido assim que os dois Maximals adentraram o setor.

- Mas que covardes... – disse Cheetor. – Procuram pela encrenca, mas quando a encontram, não querem mais saber dela!

- Para a nossa sorte e a deles – respondeu Rattrap, guardando a arma. – Mas vamos ver como anda a nossa amiga protoforma...

Rattrap foi até a câmara de inércia e, ao ver que ela estava vazia, coçou a cabeça desanimado.

- Mas onde diabos...? – só então ele reparou em Tigertron, que naquele momento se levantava com alguma coisa nos braços.

- Ei, Tigertron! – chamou Cheetor. – Você está bem?

- Estou... Mas acho que ela não... – penalizado, Tigertron olhou para a coelha que ele carregava cuidadosamente no colo. Aparentemente, ela só estava desmaiada, mas quando Cheetor e Rattrap se aproximaram, viram um grande ferimento na lateral de seu corpo.

- Ela... é a nova protoforma? – perguntou Cheetor.

- Sim – respondeu Tigertron. – Ela levou um tiro de Tarântulus em meu lugar... E agora está muito ferida. Precisamos levá-la para a base imediatamente!

- Mas a menina mal chega e já leva um tiro! Puxa, e eu que pensava ser o mais azarado da equipe... – comentou Rattrap, ao mesmo tempo em que Optimus, Rhinox e Dinobot chegavam ao setor Gama.

..........................................................................


Ela não sabia quanto tempo havia ficado inconsciente. Mas, assim que a coelha abriu os olhos, sentiu-se bem melhor. A primeira coisa que ela viu foi a cabeça de um rato cinzento debruçando-se sobre ela.

- Ei, venham todos! – gritou o rato, com uma voz estridente. – Ela acordou!

A coelha levantou-se lentamente. Toda a dor que ela sentia, causada pelo tiro, já havia passado, mas ainda assim sentia-se um pouco fraca. Sentou-se, com as suas patas traseiras apontadas para cima, e sacudiu a cabeça, fazendo com que as suas longas orelhas balançassem graciosamente para os lados. Em seguida, olhou atentamente para o rato:

- Onde eu estou? – perguntou ela. Seu tom de voz era infantil e curioso, nem parecia que havia sido atingida por um tiro. – E... quem é você?

- Bem, Bela Adormecida, vamos com calma, está bem? – respondeu o rato, empertigando-se todo. – Você está dentro da nossa base, e o meu nome é Rattrap!

- Rattrap... Bem, prazer em conhecê-lo, mas... O que eu faço aqui?

- Acho que ele tem a resposta para essa sua pergunta... – e Rattrap apontou para trás de si, de onde vinha o desconhecido pelo qual ela havia levado o tiro.

- Ah! – exclamou ela, feliz por encontrar alguém conhecido. – Você... é aquele que estava procurando por mim!

- Sim, pequena – respondeu Tigertron, sorrindo para ela. – Eu fui mandado para protegê-la, mas parece que aconteceu o contrário... Não tenho palavras para agradecer o que fez por mim, mas espero sinceramente retribuir o seu favor algum dia. Enquanto isso, tudo o que eu tenho a lhe dizer é: muito obrigado!

A pequena coelha coçou a cabeça, constrangida.

- Ahn... não... não foi nada! – gaguejou ela, atrapalhada. – Eu... estava tão confusa, não sabia a qual lado eu pertencia nem a quem eu deveria ajudar... Fiquei escondida, com medo de você e daquele feioso que chegou logo depois. Mas então, eu vi você querendo defender quem estava dentro daquela câmara, e o outro feioso disse que queria destruir quem estava lá dentro ... Logo percebi que ele não poderia ser meu amigo, então eu vi que ele ia atirar em você e... Bem, eu não pensei em nada, apenas não queria que você fosse atingido!

- Um belo ato de heroísmo para alguém tão pequena – comentou Optimus, que também entrava naquele instante. – Não nega ser uma Maximal.

- Maximal? – disse a coelha. – Então, é isso o que eu sou?

- Exatamente – respondeu o líder. – Como todos nós aqui. Eu sou Optimus Primal, e este a quem você salvou chama-se Tigertron.

- Ei, não se esqueça da gente! – Cheetor entrou correndo na sala, seguido por Rhinox e Dinobot. Este último não parecia nada contente com a chegada da nova integrante da equipe:

- Uma criança em nossa base?? Isso é algo inconcebível!! Não podemos admitir uma coisa dessas em nosso exército!

- Dinobot...! – repreendeu Optimus. – Não se preocupe com ele, pequenina, ele vive apenas para o combate.

- E para nos atazanar também! – emendou Rattrap. – É bom que fique longe dele, mocinha, ou vai virar a sua próxima refeição!

- Eu sou o Cheetor! – disse o bichano, que decidiu se apresentar ao perceber que ninguém faria isso por ele.

- E este é Rhinox – disse Optimus, se aproximando do grande Maximal. – Foi ele quem fez os seus reparos. Se não fosse por ele, você não teria sobrevivido de forma alguma.

- Ah! – a pequena se levantou de um salto, agilmente, e se pôs de pé, sobre as duas patas traseiras. – Muito obrigada, Rhinox! Dei muito trabalho?

- Um pouco, mas nada que um belo reparo manual não resolvesse – respondeu Rhinox, sorrindo carinhosamente para ela. – Mas não nos deixe sem saber o seu nome.

- Meu nome...? – a pequena vacilou por alguns momentos, enquanto sua memória procurava pelo seu próprio nome. Assim que a encontrou, exclamou, feliz: - Eu me chamo Sparkie! Muito prazer em conhecê-los, todos vocês!

- Muito bem, muito bem, chega de apresentações! – interrompeu Rattrap, impaciente. – Vamos lá, coelhinha, porque não se transforma e nos mostra como você é na sua forma robô?

- Eu posso me transformar?! –Sparkie parecia admirada. – Como Tigertron e aquele sujeito horroroso que estava atirando nele do alto? Como eu faço isso?!

- Acho que Rattrap pode lhe ensinar isso, já que ele parece tão disposto... – Optimus cruzou os braços e olhou de um jeito autoritário para o rato.

- Er... Está bem, está bem, macacão! Deixe isso comigo. – Rattrap pigarreou e virou-se para a coelha, com ares de sabe-tudo. – Bem, para se transformar é muito simples, Sparkie! Basta apenas dizer: Rattrap, maximizar!

E Rattrap imediatamente assumiu a sua forma robô, deixando Sparkie encantada. Será mesmo que ela podia se transformar como eles?! Pelo sim, pelo não, iria tentar.

- Sparkie, maximizar! – seus mecanismos alteraram-se de forma que a carcaça de sua forma animal se desmontasse e desse lugar a uma forma perfeitamente humanóide. Ela era um palmo mais baixa do que Rattrap, suas cores predominates eram o rosa e o branco, seus pés eram enormes, em formato de patas de coelho. A carcaça de sua forma animal estava em suas costas, como se fosse uma mochila em forma de coelho, e seus olhos eram de uma luz profundamente verde. Em sua cabeça, dois apêndices semelhantes a orelhas de coelho surgiam um de cada lado, dando a Sparkie uma aparência inocente e mimosa. Fora isso, era extremamente parecida com Rattrap, com a diferença de que ela tinha mais curvas e um físico mais ágil.

Rattrap abafou uma exclamação. E todos perceberam isso.

- Ora, parece que o Rattrap ganhou uma amiguinha! – disse Cheetor, rindo com vontade. – A Sparkie é tão parecida com ele, até os dentinhos são iguais!

Só então Sparkie se deu conta dos seus dentes proeminentes, e levou as mãos à boca.

- Não me digam que eu tenho os mesmos dentes horrorosos que ele! – exclamou ela, quase a ponto de chorar.

- Horrorosos são esses dois satélites que você tem na cabeça, Pé-Grande! – bradou o rato com maus modos. – Acha que pode tirar uma com a minha cara só porque acabou de chegar?!

- Não se preocupe com ele, pequena – disse Tigertron, enquanto Cheetor caía na gargalhada. – Tenho certeza de que vocês dois se darão muito bem!

- Sem dúvidas... – disse Optimus, dando uma leve risada. – Seja bem-vinda ao nosso grupo, Sparkie! A partir de agora, você é uma de nós – uma Maximal!

Todos aplaudiram a recém-chegada, que constrangidíssima nem conseguia olhar para ninguém – apenas sorria, olhando para o chão. Apenas dois Maximals não bateram palmas: Dinobot, que ainda estava muito frustrado com a idéia de ter uma garota tão pequena e fraca na equipe, e Rattrap, que continuava bravo com o comentário de Sparkie.

- Acho que já sei porque eu acordei tão mal-humorado hoje – comentou ele para si mesmo. – É porque eu sabia que essa menina iria chegar e se juntar a nós!


FIM