ATB - Aliança Transformers Brasil

INTRODUÇÃO


Texto e imagens: CESAR CAPPELLOZZA



"Há quatro milhões de anos, eles vieram de Cybertron, um mundo mecânico. Um mundo dividido por uma antiga guerra entre os corajosos AUTOBOTS e os cruéis DECEPTICONS. Esses incríveis robôs vivos, capazes de se transformar em veículos, armas ou outras formas mecânicas, acabam trazendo sua guerra para a Terra. Eles são os..."


TRANSFORMERS


Muito da febre dos Transformers, que perdurou boa parte da década de 80, se deve à avalanche de produtos que a série desencadeou. Desde que o brinquedo foi lançado nos Estados Unidos em sua forma definitiva pela Hasbro, houveram em seu rastro desenhos na TV, jogos, um filme no cinema com trilha sonora, álbum de figurinhas, artigos escolares, livros de colorir e, principalmente, uma história em quadrinhos.

Em novembro de 1985 foi lançado o primeiro número da revista em quadrinhos Transformers aqui no Brasil, pela extinta editora Rio Gráfica. Ainda era o início da febre, e foi o primeiro produto inspirado nos brinquedos a ser lançado aqui. As crianças nas escolas ainda inventavam histórias a respeito de seus robos que se transformavam em carros. A Estrela não tinha trazido junto com o brinquedo o conceito de Autobots e Decepticons, o que fazia dos Transformers apenas um brinquedo a mais. Eram os anos 80, e havia uma avalanche de brinquedos chegando, foi a fase dos Action Figures, com os Thundercats, Masters of The Universe, Comandos em Ação, Sectaurs, Secret Wars, etc... Porém, com a chegada da revista, os robôs ganharam um passado, e um embasamento mais forte. Sabia-se então que eles haviam vindo de outro planeta, que estavam divididos em facções e que precisavam desesperadamente de combustível. O modo de encarar os robôs estranhos modificou-se rapidamente, conquistando alguns eternos fãs.

A série nos Estados Unidos havia sido planejada para ter 4 números, inicialmente. Mas o sucesso foi tão grande que chegou ao no. 80, tendo ainda 3 minisséries nesse meio tempo (Head-Masters, Universe e Transformers Vs. GIJoe) e mais uma continuação posterior, menos atrativa. Esta foi traduzida para outras línguas e teve inclusive um argumento independente criado na Inglaterra, onde a revista foi produzida por muito mais tempo. No Brasil, o gibi teve duas fases. Traduzida da série americana, a revista chegou às bancas pela Rio Gráfica, por quem foi publicada até o no. 12, passando então para as mãos da Editora Globo, que adquiriu ainda outros títulos no momento de sua inauguração. Nesta, a revista foi publicada duas edições por vez, até o no. 10 (edição 32). Era um dos títulos mais difíceis de se encontrar pelas bancas. Havia uma série de problemas com as vendas baixas, como ocorreu com a audiência do desenho da TV, já que o gibi e a série animada não eram apoiados pela Estrela, que por alguma razão se recusou a trazer ao Brasil toda a linha de brinquedos.

De qualquer forma, a série do gibi, independente de sua falta de suporte no Brasil, foi uma das mais criativas da Marvel, desenhada e escrita por grandes talentos da compania. Houveram alguns furos de roteiro, pois os escritores faziam o papel de contorcionistas para manter o gibi andando de acordo com a série de TV (depois que esta alcançou sucesso razoável). O desenho não tinha uma linha de eventos muito consistente, causando sérios problemas para os roteiristas de gibi. O maior número de cartas que se encontra na seção de correspondência da revista é perguntando como Optimus Prime pode morrer no no. 24 e estar vivo em 2005 para Transformers, O Filme. A Marvel levava muito a sério esse tipo de crítica dos leitores, e o que se encontra no gibi são pequenos deslizes de coerência para o contentamento da maioria.