ATB - Aliança Transformers Brasil

Os Dias Mais Felizes de Megatron

Autora: RITA MARIA FELIX DA SILVA


Dedicatória: Dedico este conto ao amigo que encontrei em uma das salas do Mirc, que usava o “nickname” de “Megatron” e que me proporcionou um dos melhores diálogos dos quais já participei na Internet. Foi a partir de uma de suas frases (“Por que você não escreve uma história em que Megatron derrota o Optimus Prime?”) que esta história se inspirou e desenvolveu-se.


Parte 4: "De Volta a Guerra em Cybertron"

“Próximo ao final da Quinta Era, Megatron e seus Decepticons retornaram a Cybertron, levando os ciborgues humanos consigo.

As notícias dessa chegada (e do que acontecera na Terra) já haviam se espalhado por todo o planeta e a guerra civil entre Decepticons e Autobots aguardava, tensa, a promessa de grandes mudanças.

Megatron rapidamente reassumiu a liderança dos Decepticons de Cybertron e sua fúria surpreendeu a todos e a maré da batalha foi tomada pelo fogo e por uma devastação como os Autobots jamais poderiam sonhar.

Quanto aos Decepticons, eles escondiam seu medo quando olhavam para seu líder e apenas obedeciam a ele, que parecia possuído por algo terrível e que eles não podiam entender. Ele pensava todo o tempo em Optimus (no momento em que o matou, na sensação de triunfo que se seguiu...) e cada um de seus circuitos estava preenchido por uma felicidade profunda, sombria, fumegante e maligna... Algo terrível e indefinível, oriundo de algum universo, que não o nosso, e que ameaçava consumir tudo a seu redor...

Então os Autobots começaram a tombar por todos os cantos e a definitiva vitória Decepticon breve veio.

Megatron ordenou que fossem erguidos por todo o planeta campos de extermínio para os Autobots que ainda sobreviviam. Nos campos, ele construiu grandes fornalhas e nelas Autobots vivos eram convertidos em metal derretido, matéria-prima para a construção dos sonhos de Megatron, Senhor de Cybertron. Os gritos dos Autobots nas fornalhas preenchiam a atmosfera do planeta como um cântico fúnebre, anunciando o final de uma era.

Megatron fazia questão de percorrer os campos e assistir as execuções, tomado por um prazer obsceno que causava estranheza até aos Decepticons.

‘Veja, Optimus,’- ele dizia – ‘veja o que fiz a seu povo!’. E depois gargalhava e ficava em silêncio. Seus subalternos o observavam com apreensão e obedeciam-no o mais prontamente que podiam, pois temiam sua fúria e não desejavam terminarem também nas fornalhas.

Logo, as fornalhas se mostraram vorazes demais e não havia mais Autobots para alimentá-las. Megatron fez questão de assistir ao derretimento do último deles. Em seguida, ele convocou os ciborgues humanos a sua presença, na grande torre que lhe servia de base, na capital de Cybertron. Desprovidos de vontade, eles atenderam e, com um disparo de sua arma, Megatron os vaporizou .

O decepticon Starscream, surpreendido com o fato, questionou Megatron:

‘Senhor, eles foram muito úteis em nossa vitória contra os Autobots e ainda poderiam ter alguma utilidade. Por que os destruiu?’

‘Optimus... Ele gostava de humanos’- respondeu de modo sombrio Megatron.

Starscream percebeu algo assustador no que acabara de escutar, por isso, em silêncio, virou-se para sair. Porém, no instante seguinte, Megatron atingiu-o pelas costas com um potente disparo e Starscream caiu e ficou debatendo-se na sala do trono.

O líder Decepticon ordenou que levassem aquele moribundo para as fornalhas e disse que as mantivessem funcionando, “eu tenho planos para elas...” – ele comentou e os Decepticons estremeceram pensando em que seria o próximo a ser condenado por Megatron.

Então, Megatron ficou sozinho, sua mente debruçando-se sobre novos planos... Tudo estava perfeito agora... Os humanos e Autobots extintos...Cybertron conquistado... Mas, acima de tudo...Optimus esta-va morto...

Megatron estava feliz...Uma felicidade tão sincera e perversa, que, por vezes, assustava até ele mesmo... E então ele olhou para o firmamento, contra os céus lançou seu mais desafiador rugido, pensou nos mundos além de Cybertron... E então, ficou em silêncio, planejando o futuro...”


(continua)
[ capítulo 5 ]