ATB - Aliança Transformers Brasil

Transformers Origins – Como eles foram parar em sua estante

Autor: VICTOR OLIVEIRA DE FARIA


Os habitantes de Cybertron estavam estranhos naquele dia. Era o anúncio de que algo ruim estava para acontecer. Através dos séculos, o planeta nunca teve uma órbita fixa, mas nunca havia enfrentado um problema como este que acabou por ligar todos os sistemas de alarme do planeta. Muitas gerações já haviam passado, mas nenhuma delas havia previsto este fim.

- Comandante! Cybertron acabou de entrar em uma rota de colisão com uma estrela!

- Isso é impossível! De onde ela surgiu? Isto não constava em nossos registros!

- Não possuo essa informação, senhor. Apenas sei que em uma semana, esse pequeno Sol irá colidir conosco.

- Por Primus! Reúna o Conselho Autobot urgentemente...

- Sim, comandante.


Após alguns fatos e dados terem sido apurados, a reunião do conselho iniciou-se. Todos os mais altos cargos e patentes estavam presentes. Não haviam mais se reunido assim, desde a época do primeiro desastre colossal pelo que o planeta passou, denominado “Arquivo Unicron”.


Enquanto isso, no covil Decepticon, a notícia de que o planeta iria colidir com uma estrela se espalhou.

- Chefe! Tenho informações de que os Autobots pretendem deixar o planeta em uma nave de colonização!

- Deixar o planeta? Interessante...

Neste instante, sem perceberem que estavam sendo vigiados, os conselheiros Autobots expuseram uma nova tecnologia que haviam estudado e estavam guardando para pesquisas futuras. Mas, com esse advento, resolveram adiantar os resultados.

- Cavalheiros presentes! Como eu ia dizendo, nossos corpos não foram feitos para agüentar condições adversas em outros planetas. Teríamos muitos problemas com os efeitos da gravidade e nossa estrutura gigante. Por isso, desvendamos os mistérios da miniaturização...


(...) Após uma semana...

A nave de colonização de fuga estava pronta. Haviam tentado convencer inutilmente os Decepticons a se juntarem a eles. Preferiam ficar e serem destruídos (pelo menos era isso o que os Autobots imaginavam).

Não havia mais condições de esperar. O brilho no horizonte era intenso. Não havia mais escuridão em Cybertron. O intenso Sol na superfície queimava todos os chips de inteligência artificial e aparelhos tecnológicos no raio habitacional do planeta. Então, a nave partiu.

O comandante dos Decepticons estava com um plano em mente. Ele havia descoberto algo que os Autobots nunca descobririam sem usar métodos alternativos.

O pequeno Sol iniciou seu processo de destruição de Cybertron. A primeira onda de choque destruiu uma cidade inteira. Já era hora de agir.

- Liguem a máquina! Agora!

- Sim, chefe!

Através de seus meios, ele havia conseguido também uma nova tecnologia, (experimental) que serviria para se comunicar extra-sensorialmente com outros seres. O aparelho foi ligado e um primeiro contato estabelecido.

- Aqui é o líder dos Decepticons, dono e supremo comandante do planeta Cybertron. Qual seu nome e o que deseja?

- Meu nome foi esquecido durante as Eras, mas muitos me chamavam de Apocalipticon. Precisava de muita energia para renascer. Seu planeta estava em meu caminho e pensava estar vazio.

- Renascer?

- Sim. Foi um processo desenvolvido pelos Transformers Anciãos para sobrevivermos em qualquer lugar do universo. Unicron foi o primeiro a sair do casulo. Primus de alguma forma ficou preso e inerte. Estou no estágio intermediário desses dois.

- Eu sou Megatron...

- Megatron? Você foi um dos nossos...

- Eu o quê?

- Por que acha que seu nome é “Mega”tron? Você foi um dos primeiros a experimentar a nova descoberta dos anciãos. Creio que o efeito colateral da miniaturização seja um esquecimento completo de sua vida passada. Mas você não atingiu o estágio completo desta transformação. Posso ajudá-lo. Mas no momento, vou devorar seu planeta por completo.

- Não!!


Os Decepticons restantes haviam preparado uma nave de fuga, caso algo desse errado. Um de seus subordinados o arrastou para fora da cabine de comando e o levou para a nave. Cybertron foi destruída completamente em poucos segundos, enquanto um olhar desolado de Megatron fitava a criatura se desenvolvendo.

Então uma inesperada explosão de raios cósmicos se formou no interior da criatura. A nave Decepticon e a nave Autobot, mesmo anos-luz dali, foram atingidas. O efeito de miniaturização de Apocalipticon espalhou-se por toda a região de Alpha Centauri. As naves e sua tripulação foram sofrendo os efeitos da nanotecnologia durante várias horas.


(...)

O silêncio tomou conta de tudo, enquanto as naves sem controle faziam um pouso forçado em um planeta do sistema solar. O efeito de miniaturização havia cessado. Mas deixou seqüelas irreversíveis. Nenhum deles podia se mexer. Compreendiam e viam tudo o que ocorria ao redor, mas não podiam fazer nada. Estavam como estatuas, imóveis.

Até que um jovem deste planeta encontrou-os. Eram duas pequenas naves, com vários transformers em miniatura. Esse jovem interessou-se nos itens recém descobertos e levou-os para casa. Mais tarde, notando que estes seres eram tão diferentes, resolveu criar uma página na internet com fotos de suas novas miniaturas.

Com o sucesso de visitas, uma empresa se interessou nos itens do jovem. A empresa se chamava Marvel e ofereceu uma quantia irresistível pelas miniaturas. Mas o jovem não se desfez deles. Em vez disso, a empresa criou protótipos baseados nos originais e começou a vendê-los. O sucesso foi tanto, que encomendaram uma série de desenhos televisivas, denominada com a característica mais marcante daqueles novos “brinquedos”. Eles se transformavam...

Assim, surgiu o famoso desenho “Transformers” e suas miniaturas. Mas, em algum lugar, em alguma estante de algum jovem do planeta Terra; estão os transformers originais, observando tudo, apenas esperando alguém que consiga desfazer os efeitos da miniaturização e soltá-los de suas prisões.

O Apocalipticon seguiu sua rota pelo espaço e a Terra estava bem em seu caminho. Será você um desses jovens que mantém os transformers originais em sua estante? Eles estão lá, observando, olhando, estudando... Apenas esperando...



FIM